Hérnia de Disco

920-20hernia20de20disco201-8041612 Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 5,4 milhões de brasileiros sofrem de hérnia de disco. Essa parcela da população sofre com a falta de informação sobre essa patologia e acaba submetendo-se a tratamentos nem sempre eficazes para acabar com as dores, o que pode gerar aumento dos sintomas e a progressão da doença a médio e longo prazo, levando a problemas mais sérios na coluna.

A coluna vertebral é composta por vértebras, em cujo interior existe um canal por onde passa a medula espinhal ou nervosa. Entre as vértebras cervicais, torácicas e lombares, estão os discos intervertebrais, estruturas em forma de anel, constituídas por tecido cartilaginoso e elástico cuja função é evitar o atrito entre uma vértebra e outra e amortecer o impacto.

Naturalmente com o passar da idade ocorre redução do volume, forma e conteúdo do disco, acarretando diminuição na sua habilidade de deformação e ficando mais vulnerável a fatiga. Isso ocorre com o tempo e o uso repetitivo, o que facilita a formação de hérnias de disco, ou seja, parte deles sai da posição normal e comprime as raízes nervosas que emergem da coluna. O problema é mais frequente nas regiões lombar e cervical, por serem áreas mais expostas ao movimento e que suportam mais carga, podendo ocorrer, mas com menor frequência na região torácica.

Causas da Hérnia de Disco

Predisposição genética é a causa de maior importância para a formação de hérnias discais (34 a 61% de contribuição familiar), seguida do envelhecimento, da pouca atividade física, da obesidade e do tabagismo. Carregar ou levantar muito peso também pode comprometer a integridade do sistema muscular que dá sustentação à coluna vertebral e favorecer o aparecimento de hérnias discais.

Sintomas da Hérnia de Disco

A hérnia de disco pode ser assintomática ou, então, provocar dor de intensidade leve, moderada ou tão forte que chega a ser incapacitante.

Os sintomas são diversos e estão associados à área em que foi comprimida a raiz nervosa. Os mais comuns são: parestesia (formigamento) com ou sem dor; dor na coluna; na coluna e na perna (e/ou coxa); apenas na perna ou na coxa; na coluna e no braço; apenas no braço.

Uma importante questão e saber sobre a função urinária e fecal(urgência, frequência e incontinência) que aparecem conjuntamente com o quadro doloroso. Podem ser sinais de síndrome da cauda equina e necessitar de cirurgia de urgência.

Prevalência

A hérnia de disco acomete mais as pessoas entre 30 e 50 anos, o que não quer dizer que crianças, jovens e idosos estejam livres dela. Estudos radiológicos mostram que depois dos 50 anos, 30% da população mundial apresentam alguma forma assintomática desse tipo de afecção na coluna.

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito clinicamente, levando em conta as características dos sintomas e o resultado do exame neurológico. Exames como RX, tomografia e ressonância magnética ajudam a determinar o tamanho da lesão e em que exata região da coluna está localizada.

O disco intervertebral tem como função principal a absorção de impacto, bem como permitir movimentos em diferentes eixos de rotação. Ele é formado por um núcleo pulposo (centro gelatinoso) e pelo ânulo fibroso (periferia rígida) que circundam o núcleo. Essas características anatômicas dão ao disco intervertebral a capacidade de absorção de carga e movimentação em diferentes eixos de rotação.

Abaulamento discal ou Protrusão discal:

Etapa inicial da patologia. O disco intervertebral começa a apresentar sintomas de envelhecimento e suas fibras (anel fibroso) apresentam fissuras que levam a uma forma de arco o disco intervertebral. Podemos utilizar uma câmara de pneu velha como exemplo, que perde a capacidade de manter sua forma natural e formam-se bolhas.

Hérnia de Disco:

A hérnia de disco consiste em uma extrusão do disco vertebral, normalmente contendo o núcleo pulposo do disco intervertebral envolvido pelo anel fibroso já em estágio avançado de degeneração. As estruturas nervosas estão comprometidas pelo estreitamento dos canais por onde passam os nervos (forames de conjugação), medula ou saco dural (canal medular).

Sequestro ou Fragmento:

Essa é a etapa mais rara da patologia, e consiste na ruptura da parte herniada com o disco intervertebral. Parte do disco que se encontrava extruso se separa do disco e acaba comprometendo mais ainda as estruturas nervosas, dependendo da posição do fragmento.

Prevenção

Desenvolver hábitos saudáveis de vida e que estejam de acordo com as normas básicas estabelecidas pela Ergonomia, tais como: prática regular de atividade física, realização de exercícios de alongamento e de exercícios para fortalecer a musculatura abdominal e paravertebral, e postura corporal correta são medidas importantes para prevenir as doenças da coluna.

Tratamento

As hérnias de disco localizadas na coluna lombar, em geral, respondem bem ao tratamento clínico conservador. O quadro reverte com o uso de analgésicos e anti-inflamatórios, se a pessoa fizer um pouco de repouso e sessões de fisioterapia e acupuntura. Em geral, em apenas um mês, 90% dos portadores dessas hérnias estão aptos para reassumir suas atividades rotineiras.

Hérnias de disco na coluna cervical podem surgir diretamente nessa região ou serem provocadas por alteração na curvatura e posicionamento da coluna vertebral durante a crise da hérnia lombar. A escolha do tratamento, se cirúrgico ou não cirúrgico, considera a gravidade dos sintomas e o déficit motor. A cirurgia só é indicada quando o paciente não responde ao tratamento conservador e nos casos de compressão do nervo exercida por parte do disco que extravasou, pois corrigido esse defeito mecânico a dor desaparece completamente.

Quando a patologia encontra-se na fase inicial de abaulamento discal, o tratamento deve incluir antiinflamatórios e repouso na fase aguda, fisioterapia na fase pós-aguda e reforço muscular para evitar o avanço da degeneração. No caso de protrusões, hérnia de disco e sequestro, o tratamento pode vir a ser cirúrgico. Nos casos de protrusões, procedimentos minimamente invasivos como injeções espinhais são indicados. Para etapas mais avançadas, é necessária a descompressão das estruturas afetadas, retirando-se o fragmento da hérnia. Esse procedimento também pode ser realizado de uma maneira minimamente invasiva, em que através de uma pequena incisão chega-se até o local afetado, retirando-se apenas o fragmento extruso. Para os casos mais graves, a retirada total do disco e a fusão dos corpos intervertebrais é recomendada e poucos médicos têm habilidade de tratá-la de maneira minimamente invasiva. Os médicos da equipe Vertebral RS oferecem tratamentos minimamente invasivos para todas as fases da patologia, desde o tratamento clínico através de fortalecimento muscular e educação postural, até os procedimentos cirúrgicos de artrodese e artroplastia.

Para obter o tratamento correto, procure sempre um especialista. Ele será capaz de diagnosticar e discutir com você os tratamentos mais indicados para a sua patologia.

Recomendação

* Evite todos os excessos que facilitam a instalação das hérnias de disco: excesso de peso, de bebidas alcoólicas, de exercícios físicos, de cigarro;

* Procure manter a postura correta quando sentado ou em pé;

* Não se esqueça de que vida sedentária é responsável não só pela formação de hérnias de disco, mas por muitos outros problemas de saúde;

* Informe-se sobre o tipo de atividade física indicada para sua faixa de idade;

* Suspenda os exercícios se os sintomas voltarem e procure assistência médica imediatamente;

* Siga as recomendações médicas depois da cirurgia para evitar que nova hérnia se forme naquele local.

 

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