Discopatia Degenerativa

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A degeneração da coluna não é uma doença, mas sim um acontecimento normal, que faz parte do processo de envelhecimento. Todas as pessoas de 50 anos ou mais, mesmo as que nunca tiveram nenhum problema espinhal, apresentam sinais de degeneração. De fato, as alterações degenerativas começam a aparecer bem mais cedo, praticamente no início da idade adulta.

A degeneração é, na verdade, o nome dado ao processo de desgaste das estruturas, principalmente das juntas da coluna, que são o disco intervertebral e as articulações facetárias. O grau de desgaste varia muito, podendo ser desde alterações iniciais, leves, como uma perda de hidratação do disco, até grandes alterações, como uma artrose pronunciada das articulações facetárias.

A maioria das pessoas sente alguma dor ou desconforto relacionado a este desgaste, mas estes sintomas costumam ser pouco importantes e não causar maiores problemas. Porém, alguns indivíduos apresentam quadros degenerativos mais graves, marcados por dores significativas, incapacidade para realizar as atividades do dia a dia, ou mesmo aparecimento de deformidades da coluna. Nestes casos, existe o que é chamado de degeneração sintomática, que pode necessitar algum tipo de tratamento específico. Alguns quadros relacionados à degeneração sintomática da coluna são listados abaixo:

O laudo de minha ressonância magnética fala em degeneração da coluna. O quanto devo me preocupar com isso?

Apenas pelo laudo, você deve se preocupar pouco. O aparecimento de degeneração no exame só prova que você não é mais criança. A degeneração é um processo normal da maturidade, tanto quanto ter cabelos brancos ou rugas no rosto. O que interessa é a quantidade de sintomas que você está apresentando. Se forem dores ocasionais, não muito intensas, que incomodam um pouco, mas permitem que você leve sua vida de forma habitual, você é normal. Pergunte a seus amigos, e você verá que a maioria apresenta algumas dores nas costas. Porém, se você vem tendo dores incapacitantes, que estão interferindo muito em sua qualidade de vida, pode ser que exista um quadro degenerativo mais importante, que deve ser tratado.

Qual a causa dessa degeneração? Foi devida a esforço?

Ao contrário do que as pessoas costumam imaginar, atualmente está bem demonstrado que o grau de degeneração da coluna de cada indivíduo está mais relacionado com sua genética, do que com o tipo de esforço que ele realiza. Os esforços repetitivos e as cargas elevadas tem seu papel, mas este é menos importante do que se imagina. Outro dado interessante é que alguns hábitos e posturas comuns em trabalhos sedentários, como as funções de escritório, podem provocar mais danos que muitos tipos de tarefas braçais.

Essa degeneração é progressiva? Até onde pode evoluir?

Como se relaciona ao envelhecimento, o grau de degeneração tende a aumentar com a idade, mas isso não quer dizer que os sintomas aumentem. Na maioria dos casos o processo degenerativo normal não apresenta pioras importantes. A fantasia de que a degeneração deva aumentar até o ponto em que a pessoa possa perder os movimentos, não é verdadeira. Apenas alguns tipos de degeneração sintomática podem ser progressivos, e devem ser tratados antes de provocar sintomas mais graves.

O que fazer para parar com a degeneração? Devo abandonar as atividades físicas?

A atividade física não costuma piorar a degeneração, muito pelo contrário. Embora o exercício possa provocar algum desconforto, ele leva ao fortalecimento dos músculos e ossos, ajudando a manter o funcionamento das articulações. Parar com as atividades físicas é, via de regra, o pior a fazer. O que se recomenda é que a pessoa adeqüe o exercício a suas capacidades.

A degeneração pode ser revertida? Existe algum tratamento que possa renovar as estruturas desejadas?

A degeneração é um tipo de envelhecimento. Como o tempo não volta atrás, a degeneração, em sí, não é reversível. Existem algumas pesquisas em engenharia genética que podem levar a um tratamento que estabilize ou reverta o envelhecimento da coluna, mas são pesquisas iniciais, ainda sem aplicação prática prevista. O fato da degeneração em sí não ser reversível não quer dizer que os sintomas dolorosos não sejam reversíveis, a dor e o comprometimento neurológico podem ser reduzidos ou eliminados com os tratamentos disponíveis hoje em dia!